segunda-feira, 4 de maio de 2009

Meu sonho

EU


Cavaleiro das armas escuras,
Onde vais pelas trevas impuras
Com a espada sanguenta na mão?
Porque brilham teus olhos ardentes
E gemidos nos lábios frementes
Vertem fogo do teu coração?

Cavaleiro, quem és? o remorso?
Do corcel te debruças no dorso....
E galopas do vale através...
Oh! da estrada acordando as poeiras
Não escutas gritar as caveiras
E morder-te o fantasma nos pés?


Onde vais pelas trevas impuras,
Cavaleiro das armas escuras,
Macilento qual morto na tumba?...
Tu escutas.... Na longa montanha
Um tropel teu galope acompanha?
E um clamor de vingança retumba?


Cavaleiro, quem és? — que mistério,
Quem te força da morte no império
Pela noite assombrada a vagar?


O FANTASMA


Sou o sonho de tua esperança,
Tua febre que nunca descansa,
O delírio que te há de matar!...


(Álvares de Azevedo)

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