terça-feira, 26 de maio de 2009

em branco...

Apagaram as flores! As flores que não eram flores! Vai ver, não gostaram, acharam quadradas demais para serem flores... Eu gostava... Quadradas, coloridas, todas iguais, bem parecidas... Porque eu ia andando despreocupada, e às vezes olhava para elas, e me sentia num jardim. Ainda encontro uma ou outra escondida, espalhada pelas redondezas, em alguma rua onde não ando. Mas aquelas eram diferentes, eram das minhas cores... Agora só tem um muro branco, branquíssimo, branco puríssimo... E a única coisa que traz alguma cor para ele são os gatos, quando estão. Não estavam hoje. Era dia; gato sai à noite... Só estava o velho muro, branco e silencioso. Talvez ele esteja esperando as cores (o muro). Talvez ele esteja esperando a tinta branca secar (do muro). Quem sabe amanhã, semana que vem, mês que vem, um dia qualquer que vem (e virá), quando eu passar, verei novas flores... alguma palavra ao contrário?... Quem sabe?... E serão de outras cores... talvez ainda das minhas cores... Ou não. Que esse dia que vem venha logo! Porque o muro está vazio, e os fins de tarde também... E o inverno se aproxima. E eu não gosto daquele tom de branco... Quero o jardim de volta! Imaginário, só eu sabia ser jardim... Vai, desenha de novo ele pra mim!

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