quarta-feira, 30 de setembro de 2009

In Bed

Toulouse Lautrec, 1893

sexypunk

Flor Roxa

O Amor fora de foco.

O Amor!
Aquela flor roxa, que na nasce todo mundo sabe onde...

A Princesa de Ouros



Sendo Terra a dobrar, esta Princesa representa o aspecto mais sólido do elemento Terra.
O aspecto mais sólido de Terra é constituído pelos cristais, os quais, além de serem os elementos mais densos, têm também um lado sutil, abstrato, conectado com as energias cósmicas, transcendendo a própria matéria. Desta forma, esta carta abrange os dois mundos: o material e o espiritual.
A Princesa de Ouros tem uma atitude introvertida e de intensa reflexão. Ela vive ligada às suas sensações físicas internas. Está em profundo contacto com o seu corpo, sem mente, sem emoções, sem desejos. Esta situação acaba por fazê-la cair numa atitude meditativa, através da qual a espiritualidade poderá desabrochar.
A Princesa só se observa e observa o mundo, sem julgamentos, preconceitos, análises, conclusões ou princípios, sem exaltação, aceitando-se e aceitando. Desta forma vai equilibrando os opostos da sua natureza. Na mão esquerda segura um disco onde YIN e YANG geram o Universo, da mesma forma que seu ventre gera uma nova vida.
Com a mão direita segura uma lança apontada para baixo, para a terra, tendo na ponta um cristal, a pedra de Kether, mostrando a luz mais sublime e pura nas profundezas do elemento mais denso.
Os chifres da abundância e fecundidade adornam a cabeça da Princesa.
Ela harmoniza-se com o Universo deixando que a vida flua através de si. A seu lado um altar adornado com as espigas de trigo de Deméter, indica a sua participação na última materialização do processo de criação. Sem fazer nada ela realiza.

(tirei essa carta agora...)

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Vencedor

Toma as espadas rútilas, guerreiro,
E à rutilância das espadas, toma
A adaga de aço, o gládio de aço, e doma
Meu coração - estranho carniceiro!

Não podes?! Chama então presto o primeiro
E o mais possante gladiador de Roma.
E qual mais pronto, e qual mais presto assoma,
Nenhum pôde domar o prisioneiro.

Meu coração triunfava nas arenas.
Veio depois um domador de hienas
E outro mais, e, por fim, veio um atleta,

Vieram todos, por fim; ao todo, uns cem...
E não pôde domá-lo enfim ninguém,
Que ninguém doma um coração de poeta!

(Augusto dos Anjos)

ah, a primavera!


ah, a primavera...

de voltar para casa pisando em flores roxas...

de roubar amoras de fim de frio...

de tomar chuva e secar a roupa no corpo...

dos dias quentes e das noites frescas, cheirando dama-da-noite...

dos finais de tarde que emendam madrugadas...

ah, a primavera!

na gira:


Cosme e Damião
a sua casa cheira
Cheira a cravo, cheira a rosa
e a botão de laranjeira
Cheira a cravo, cheira a rosa
e a botão de laranjeira


segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Tem mais samba

caminho


“Ocê pensa que caminho e estrada é tudo a mesma coisa, mas tá errado, minha fia. A estrada é uma coisa, o caminho é outra. A estrada é uma via, uma picada no mato, um cortado no chão e é muita. O caminho é quando ocê escolhe uma estrada pra seguir e chegar no seu lugar”

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

"Eu já começara a adivinhar que ele me escolhera para eu sofrer, às vezes adivinho. Mas, adivinhando mesmo, às vezes aceito: como se quem quer me fazer sofrer esteja precisando danadamente que eu sofra."

(Clarice Lispector)

quinta-feira, 24 de setembro de 2009

7

"Minha sorte prateada
Sete vezes assaltada
Agora só sai blindada

Oito e meio porque é infinita
E sem fim não pode ser exata

E por nunca ter medida
Anda sempre desconfiada

Manda na frente seus 7 guias,
Um para cada empreitada"

A Chuva Chove

A chuva chove mansamente... como um sono
Que pacifique, tranquilize, resserene...
A chuva chove mansamente... Que abandono!
A chuva é a música de um poema de Verlaine...

E vem-me o sonho de uma véspera solene,
Em certo paço, já sem data e sem dono...
Véspera triste como a noite, que envenene
A alma, evocando coisas líricas de outono..."

(Meireles...)

mentira!

Ensaio sobre a Mentira / PIA FRAUS

PIA FRAUS: do latim "uma mentira contada com boas intenções" Todo mundo mente, todos os dias. Sim, todo mundo, sem exceções. A vida não seria possível sem as mentiras. As pequenas, as grandes as boas e as ruins. Mas quando uma mentira é necessária? E quando é aceitável? Não questionarei quando uma é perdoável... perdão não é a questão, e não vem ao caso. Nem por acaso... Alguém disse uma vez, que "se você quiser eu posso acreditar em tudo que você disser..." Será que podia mesmo? Duvido. Acho que foi só para rimar, e encaixar na melodia, combinar com o solo de guitarra, com o som da Chuva que Cai... sei lá... Acontece que mentir, assim como fazer escolhas, é uma arte. Só que essa eu domino bem! Tiro de letra, desde criança... Mentir é inventar verdades, as suas verdades. E quem mente, o faz por conhecer o efeito da verdade em quem ouve. Ou por pensar que conhece... Ou por pensar que quem ouve acredita. Muita gente (importante) já filosofou sobre a mentira, a favor ou contra ela... Kant, Aristóteles, Platão (com quem corcordo plenamente), e outros por aí afora... E nunca se chegou a nehuma conclusão... Nem seria preciso. A mentira faz parte da vida, e vai ser assim sempre. Uns mentindo, uns acreditando, outros nem tanto, e outros duvidando. E todo mundo mente mesmo. E todo mundo vai mentir sempre... As minhas mentiras, particularmente e modéstia à parte, são muito boas. Que eu me lembre, de tão boas, tornaram-se verdades absolutas. Porque eu minto sem subestimar a inteligência das pessoas... mesmo daquelas que não têm quase nenhuma... Eu minto fiel e francamente, e me dou ao trabalho de inventar verdades elaboradas, já que a intenção é que acreditem. E sempre dá certo... Então, se algum dia você ouvir ou ler alguma mentira minha, pode acreditar! Se bem que você não saberia ser uma mentira... Eu não ligo que mintam para mim - desde que eu consiga, "sem esforços", acreditar. "Mentiras sinceras me interessam" também... O bom mentiroso é inteligente, inteligentíssimo... mas tenho uma ponta (bem pequena) de pena dos maus... porque uma mentira "mais ou menos" beira o ridículo... mentir para ser descoberto, melhor falar a verdade logo então... E uma coisa eu aprendi: "VAI MENTIR PRA MENTIROSO? ENTÃO CAPRICHA!"
~~~~~~~~
.




"Abro o jogo!
Só não conto os fatos de minha vida:
sou secreta por natureza.
Há verdades que nem a Deus eu
contei. E nem a mim mesma. Sou
um segredo fechado a sete chaves.
Por favor me poupem".

(Lispector)

quarta-feira, 23 de setembro de 2009

And he said that he'd never, never, never, never do it again



And of course he won't...

pós-tudo

Augusto de Campos, 1984

AMOR LOUCO (AL)

O amor louco não é uma social-democracia, não é um parlamentarismo a dois. As atas de suas reuniões secretas lidam com significados amplos, mas precisos demais para a prosa. Nem isso, nem aquilo – seu Livro de Emblemas treme em suas mãos.
Naturalmente, ele caga para os professores & para a polícia. Mas também despreza os liberais & os ideólogos – não é um quarto limpo & bem iluminado. Um topógrafo embusteiro projetou seus corredores & e seus parques abandonados, criou sua decoração de emboscada feita de tons pretos lustrosos & vermelhos maníacos membranosos.
Cada um de nós possui metade do mapa – como dois potentados renascentistas, definimos uma nova cultura com a nossa excomungada união de corpos, fusão de líquidos – as fronteiras imaginárias da nossa cidade-Estado se borram com o nosso suor.
(...)
Conquanto ninguém nos denuncie para o FBI, o Caos não se importa nem um pouco com o futuro da civilização. O amor louco procria apenas por acidente – seu objetivo principal é engolir a Galáxia. Uma conspiração de transmutação.
(...)
As palavras pertencem àqueles que as usam apenas até alguém as roube de volta. Os surrealistas se desgraçaram ao vender o amor louco para a máquina de sombras do Abstracionismo – a única coisa que procuraram em sua inconsciência foi o poder sobre os outros, & nisso foram seguidores de Sade (que queria “liberdade” apenas para que homens brancos & adultos pudessem estripar mulheres e crianças).
O amor louco é saturado de sua própria estética, enche-se até as bordas com a trajetória de seus próprios gestos, vive pelo relógio dos anjos, não é um destino adequado para comissários ou lojistas. Seu ego evapora-se com a mutabilidade do desejo, seu espírito comunal murcha em contato com o egoísmo da obsessão.
O amor louco pede uma sexualidade incomum. O mundo anglo-saxão pós-protestante canaliza toda sua sensualidade reprimida para a publicidade & divide-se entre multidões conflitantes: caretas histéricos versus clones promíscuos & ex-ex-solterios. O AL não quer se alistar no exército de ninguém, não toma partido na Guerra dos Sexos, entedia-se com os argumentos a favor de iguais oportunidades de trabalho (na verdade, recusa-se a trabalhar para ganhar a vida), não reclama, não explica, nunca vota & nunca paga impostos.
O AL gostaria de ver todo bastardo (“filho natural”) chegar ao fim de sua gestão & nascer – o AL vive de aparelhos antientrópicos, é melhor que sensimilla – o AL leva para onde for sua próprias palmeiras & sua própria lua. O AL admira o tropicalismo, a sabotagem, o cheiro de pólvora & de esperma.
O AL é sempre ilegal, não importa se disfarçado de casamento ou de um grupo de escoteiros – sempre embriagados do vinho de suas próprias secreções ou do fumo de suas virtudes polimorfas. Não é a deterioração dos sentidos, mas sim sua apoteose – não é o resultado da liberdade, mas seu pré-requisito. Lux et voluptas.

(CAOS – TERRORISMO POÉTICO & OUTROS CRIMES EXEMPLARES / Hakim Bey)

ARTE-SABOTAGEM (AS)

A arte-sabotagem aspira ser perfeitamente exemplar, mas, ao mesmo tempo, retém um elemento de opacidade – não propaganda, mas choque estético – aterradoramente direta, mas ainda assim sutilmente transversal – ação-como-metáfora.
A Arte-Sabotagem é o lado negro do Terrorismo Poético – criação-através-da-destruição -, mas não pode servir a nenhum partido ou niilismo, nem mesmo à própria arte. Assim como a destruição da ilusão eleva a consciência, a demolição da praga estética adoça o ar no mundo do discurso, do Outro. A Arte-Sabotagem serve apenas à percepção, atenção, consciência.
A AS vai além da paranóia, além de desconstrução – a crítica definitiva – ataque físico à arte ofensiva – cruzada estética. O menor indício de um egotismo mesquinho ou mesmo de um gosto pessoal estraga sua pureza & vicia sua força. A AS não pode nunca procurar o poder – apenas renunciar a ele.
Obras de arte individuais (mesmo as piores) são amplamente irrelevantes – a AS procura causar danos às instituições que usam a arte para diminuir a consciência & lucrar com a ilusão. Este ou aquele poeta ou pintor pode ser condenado por falta de visão – mas Idéias malignas podem ser atacadas através dos artefatos que eles criam. O MUZAK foi feito para hipnotizar & controlar – seu mecanismo pode ser destruído.
Queima pública de livros – porque caipiras reacionários & funcionários das alfândegas devem monopolizar essa arma? Livros sobre crianças possuídas pelo demônio; a lista de best sellers do The New York Times; tratados feministas contra a pornografia; livros escolares (especialmente de estudos Sociais, Educação Moral e Cívica & Saúde); pilhas do New York Post, Village Voice & outros jornais de supermercado; uma compilação de editoras cristãs; alguns romances populares – uma atmosfera festiva, garrafas de vinho & baseados numa tarde clara de outono. Jogar dinheiro para o alto no meio da bolsa de valores seria um Terrorismo Poético bastante razoável – mas destruir o dinheiro seria uma excelente Arte-Sabotagem. Interferir numa transmissão de TV & colocar no ar alguns minutos de arte incendiária caótica seria uma grande feito de TP – mas simplesmente explodir a torre de transmissão seria uma ato de Arte-Sabotagem perfeitamente adequado.
Se certas galerias & museus merecem, de vez em quando, receber uma tijolada pela Janela – não a destruição, mas sim uma sacudida na sua complacência -, então o que dizer dos BANCOS? Galerias transformam beleza em mercadoria, mas bancos transmutam a Imaginação em vezes & dívida. O mundo não ganharia um pouco mais de beleza com cada banco que tremesse... ou caísse? Mas como? A Arte-Sabotagem provavelmente deve ficar longe da política (é tão chata!) – mas não dos bancos.
Não faça piquetes – vandalize. Não proteste – desfigure. Quando feiúra, design podre & desperdícios estúpidos estiverem sendo impostos a você, transforme-se num luddita, jogue o sapato no mecanismo, retalie. Esmague os símbolos do Império, mas não o faça em nome de nada que não seja a busca do coração pela graça.

(CAOS – TERRORISMO POÉTICO & OUTROS CRIMES EXEMPLARES / Hakim Bey)

terça-feira, 22 de setembro de 2009

(é bom quando choveu, e a gente volta para casa de noite, enquanto o chão ainda está molhado...)

AVISO!

.
AMAR DÓI. FEITO PARA QUEM NÃO TEME CICATRIZES
E assim termina o inverno. Com cara de quem não quer ir embora, vem e se despede, com toda força do seu frio. Mas que o cinza não deixe enganar, pois as flores coloridas já estão bem vivas para quem sabe ver. E chove. Chove lenta e vagarosamente, num pingar quase imperceptível ao olhar, só sentido.


"Quando o espírito fica pesado, ele se transforma em água... Portanto, o caminho da alma... conduz à água." (Carl Gustav Jung)

Primavera

"A primavera chegará, mesmo que ninguém mais saiba seu nome, nem acredite no calendário, nem possua jardim para recebê-la. A inclinação do sol vai marcando outras sombras; e os habitantes da mata, essas criaturas naturais que ainda circulam pelo ar e pelo chão, começam a preparar sua vida para a primavera que chega.

Finos clarins que não ouvimos devem soar por dentro da terra, nesse mundo confidencial das raízes, — e arautos sutis acordarão as cores e os perfumes e a alegria de nascer, no espírito das flores.

Há bosques de rododendros que eram verdes e já estão todos cor-de-rosa, como os palácios de Jeipur. Vozes novas de passarinhos começam a ensaiar as árias tradicionais de sua nação. Pequenas borboletas brancas e amarelas apressam-se pelos ares, — e certamente conversam: mas tão baixinho que não se entende.

Oh! Primaveras distantes, depois do branco e deserto inverno, quando as amendoeiras inauguram suas flores, alegremente, e todos os olhos procuram pelo céu o primeiro raio de sol.

Esta é uma primavera diferente, com as matas intactas, as árvores cobertas de folhas, — e só os poetas, entre os humanos, sabem que uma Deusa chega, coroada de flores, com vestidos bordados de flores, com os braços carregados de flores, e vem dançar neste mundo cálido, de incessante luz.

Mas é certo que a primavera chega. É certo que a vida não se esquece, e a terra maternalmente se enfeita para as festas da sua perpetuação.

Algum dia, talvez, nada mais vai ser assim. Algum dia, talvez, os homens terão a primavera que desejarem, no momento que quiserem, independentes deste ritmo, desta ordem, deste movimento do céu. E os pássaros serão outros, com outros cantos e outros hábitos, — e os ouvidos que por acaso os ouvirem não terão nada mais com tudo aquilo que, outrora se entendeu e amou.

Enquanto há primavera, esta primavera natural, prestemos atenção ao sussurro dos passarinhos novos, que dão beijinhos para o ar azul. Escutemos estas vozes que andam nas árvores, caminhemos por estas estradas que ainda conservam seus sentimentos antigos: lentamente estão sendo tecidos os manacás roxos e brancos; e a eufórbia se vai tornando pulquérrima, em cada coroa vermelha que desdobra. Os casulos brancos das gardênias ainda estão sendo enrolados em redor do perfume. E flores agrestes acordam com suas roupas de chita multicor.

Tudo isto para brilhar um instante, apenas, para ser lançado ao vento, — por fidelidade à obscura semente, ao que vem, na rotação da eternidade. Saudemos a primavera, dona da vida — e efêmera."

(Cecília Meireles, em "Obra em Prosa - Volume 1")

segunda-feira, 21 de setembro de 2009

dos versos de acender

Por mais que esqueça o que escrevi, ele sempre pode ler.
Afinal, foram pra ele os meus versos de acender...

Versos livres, incendiados,
poemas tortos e malacabados.

Sem rascunho, nem esboço
minhas rimas p'raquele moço...

Que não liga quando sumo sem rastros,
porque se me encontra, é de juntar os astros

Soube das coisas que não precisava saber
e soube fazer por merecer!

domingo, 20 de setembro de 2009

Welcome Hell

You should know... I like surprises ...
I tried to warn you,
you didn't see, but was being seen ...

Welcome hell, love!
I'm in flames, and you will burn with me...
But, just for tonight,
cause you know... you're not the only one, babe...
There are too many lovers waiting for my range,
and after all, it was your choice...

You have tasted my blood... Sweet enough?
Still want more?
Come on babe... I know who you are
I'm not afraid of your lies, your violent words...
neither of your gun, neither of your heavy hand...
It didn't work to me...
Off course you found what you wasn't looking for, I know

But sorry, love, I won't be just another...
And this is my choice.

noite de não dormir III

deus fez, o diabo juntou



Just last night
I was reminded of
Just how bad
It had gotten and
Just how sick
I had become
But it could change
With this relationship
De-de range
We've all been thru some shit
And if were a thing
I think this things begun
Tell me now
What do i have to do
To prove my love to you
Special favors come in 31 flavors
Were out of mints
Pass the life savers
I'm droppin hints
Candy for candy-coated tongue
You'd be so good
So very good for me
What do you think
Tell me honestly
I'm wait wait wait
W-wait wait
Waiting for you to come
Tell me now
What do i have to do
To prove my love to you
I'd do anything
I'd do it all
I'd do it all for you
I'd climb a mountain
I'd cross the ocean
I'd do it it all
To prove my love to you

(Violent Femmes / Prove my love)
a very violent one...


sexta-feira, 18 de setembro de 2009

quem se atreve a me dizer?

"Não, eu não sambo mais em vão
O meu samba tem cordão
O meu bloco tem sem ter e ainda assim
Sambo bem à dois por mim
Bambo e só, mas sambo, sim"



nem se atreva a me dizer!

quando o mundo gira-gira

existe uma coisa chamada respeito
ela já sabia, mas não teve jeito...

sorrindo ele diz que não mente
e pensa que só ele é que sente...

com calma ela para e chora...
e ele para de rir na hora...

ele pede para ela dizer
e ela diz quase sem querer

ela pede para ele parar
ele dá um jeito de recomeçar

que "amor" deles é verde assim
sem começo, meio, nem fim

ainda quer ser o único dela!
mas faria o mesmo por ela?

e já quer saber como fica
- fica calmo, amor, fica?

ela pede para ele esperar
ele fica no mesmo lugar

pensando se ela vai voltar
e dizer "hoje eu vim para ficar"...

Lua Nova

Mãe dos frutos, Jaci, no alto espaço
Ei-la assoma serena e indecisa:
Sopro é dela esta lânguida brisa
Que sussurra na terra e no mar.
Não se mira nas águas do rio,
Nem as ervas do campo branqueia;
Vaga e incerta ela vem, como a idéia
Que inda apenas começa a espontar.

E iam todos; guerreiros, donzelas,
Velhos, moços, as redes deixavam;
Rudes gritos na aldeia soavam,
Vivos olhos fugiam p’ra o céu:
Iam vê-la, Jaci, mãe dos frutos,
Que, entre um grupo de brancas estrelas,
Mal cintila: nem pôde vencê-las,
Que inda o rosto lhe cobre amplo véu.

***

E um guerreiro: “Jaci, doce amada,
Retempera-me as forças; não veja
Olho adverso, na dura peleja,
Este braço já frouxo cair.
Vibre a seta, que ao longe derruba
Tajaçu, que roncando caminha;
Nem lhe escape serpente daninha,
Nem lhe fuja pesado tapir.”

***

E uma virgem: “Jaci, doce amada,
Dobra os galhos, carrega esses ramos
Do arvoredo co’as frutas* que damos
Aos valentes guerreiros, que eu vou
A buscá-los na mata sombria,
Por trazê-los ao moço prudente,
Que venceu tanta guerra valente,
E estes olhos consigo levou.”

***

E um ancião, que a saudara já muitos,
Muitos dias: “Jaci, doce amada,
Dá que seja mais longa a jornada,
Dá que eu possa saudar-te o nascer,
Quando o filho do filho, que hei visto
Triunfar de inimigo execrando,
Possa as pontas de um arco dobrando
Contra os arcos contrários vencer.”

***

E eles riam os fortes guerreiros,
E as donzelas e esposas cantavam,
E eram risos que d’alma brotavam,
E eram cantos de paz e de amor.
Rude peito criado nas brenhas,
— Rude embora — terreno é propício;
Que onde o gérmen lançou benefício
Brota, enfolha, verdeja, abre em flor.

(Machado de Assis, in 'Americanas')

vem Lua Nova, vem trazer a Primavera!!!

"J'en Connais"

J'en connais des qui charment,
Des qui me laissent femme,
J'en connais qui me pâment...
J'en connais des jolis,
Des qui roulent comme des filles,
Des qui me piquent mes bodys...

J'en connais tant tellement ça me prend tout mon temps,
Et même ma maman qui m'adore tendrement,
Elle me dit : "C'est pas bien, ce n'est pas bon tout ce rien,
Reprends ton droit chemin..."

J'en connais des superbes,
Des bien-mûrs, des acerbes,
Des velus, des imberbes,
J'en connais des sublimes,
Des mendiants, des richissimes,
Des que la vie abîme...

J'en connais même tellement ça me prend trop de temps,
Et ma pauvre maman se dit en soupirant,
"Qu'ais-je fait pour cela ? Est-ce de ma faute à moi,
Si ma fille est comme ça ?"

J'en connais dans chaque port,
Dans chaque Sud, dans chaque Nord,
J'en connais sans efforts,
J'en connais qui vont dire,
Que je suis bonne à maudire,
Et moi ça me fait sourire...




.




(J'en connais mon amour, j'en connais...)


.

do amor...





quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Diving into the wreck

There is a ladder.
The ladder is always there
hanging innocently
close to the side of the schooner...
I go down...
I came to explore the wreck...
I came to see the damage that was done
and the treasures that prevail...

(Adriene Rich)

Woman who lives under the lake

...one night
there's a heartbeat at the door.
Outside, a woman in the fog,
with hairs of twigs and a dress of weed,
dripping green lake water.
She says "I'm you,
and I have traveled a long distance.
Come with me, there is something I must show you..."
She turns to go, her cloak falls open.
Suddenly, golden light... everywhere, golden light...

(Clarissa Pinkola Estés)

"Amor e seu tempo"

Amor é privilégio de maduros
estendidos na mais estreita cama,
que se torna a mais larga e mais relvosa,
roçando, em cada poro, o céu do corpo.

É isto, amor: o ganho não previsto,
o prêmio subterrâneo e coruscante,
leitura de relâmpago cifrado,
que, decifrado, nada mais existe

valendo a pena e o preço do terrestre,
salvo o minuto de ouro no relógio
minúsculo, vibrando no crepúsculo.

Amor é o que se aprende no limite,
depois de se arquivar toda a ciência
herdada, ouvida. Amor começa tarde.


(Drummond)

terça-feira, 15 de setembro de 2009

a nova prosa

E o que é que lá não tem, que ela pudesse querer? Um peixinho no aquário, mais espaço no armário?... Coisa pouca... Nada demais... Que mais?

Lá, livro é estante, e lugar de computador é na gaveta (guardado). Ele não aceita ser o amante, e ela não sabe se entende (o recado).
Tem música e não tem preço, a vitrola toca de graça... e quando o cinzeiro cai, não se pega, de pirraça.
O travesseiro é tatuado, e se esfriar, troca de lado.
A arte é espalhada, pra ser vista sem querer... Talvez falte uma plantinha, pra eles assistirem crescer...


E acho que isso é tudo... se eu bem posso lembrar... O resto, que tá faltando, ela leva quando chegar.


E assim, tudo fica equilibrado, afinal tá amarrado.





- "A cama não tem lado?"
- "É que hoje a gente tá virado"

.

how bizzarre!

AMA-SE, TRAI-SE,
MATA-SE "PRA FRENTE"

(Nelson Rodrigues)

Perdi

Perdi, perdi de vez, perdi mil vezes!
Perdi para sempre agora...
Perdi o que nunca tive.
Que era só tudo,
o tudo que eu tanto queria...

Perdi.

Perdi para uma,
não para todas.

Perdi a mão do jogo
que paguei pra não entrar.
Fiquei sem fichas para apostar...

Perdi.
Confesso.
Não vou lamentar.

Perdi, e sorte a dela.
Que no jogo eu quero azar!


*e encerra-se aqui a "participação especial" da mão perdida em minha prosa... e nos versos também...

segunda-feira, 14 de setembro de 2009

Can't Take My Eyes Off You

do cheiro da chuva

O cheiro da chuva hoje,
lembrou primavera chegando...
E no caminho vim reparando
nos botões se preparando para abrir,
nas árvores querendo florir,
na vida querendo mudar...

Sempre assim, quando vem a primavera
e eu vou mudando com ela...
Desenhando em mim novas flores
brotando junto os novos amores...

Sempre assim,
no fim do inverno
vou saindo do inferno (astral)
e a alma vai esquentando
as idéias fervilhando
vou cabendo menos em mim...

sábado, 12 de setembro de 2009

a valsa e o bolero

Tu, ontem,
Na dança
Que Cansa,
Voavas
Co'as faces
Em rosas
Formosas
De vivo,
Lascivo
Carmim;
Na valsa
Tão Falsa,
Corrias,
Fugias,
Ardente,
Contente,
Tranqüila,
Serena,
Sem pena,
De mim!
.
Quem dera
Que sintas
As dores
De amôres
Que louco
Senti!
Quem dera
Que sintas!...
- Não negues,
Não mintas...
-Eu vi!...
.
(...)
.
A Valsa, de Casimiro de Abreu, em "Primaveras", 1858


////

e o bolero ...
.
"Ouvi tua voz murmurando
São dois pra lá
Dois pra cá..."
(João Bosco / Aldir Blanc)


"Segrêdo"

A poesia é incomunicável.
Fique torto no seu canto.
Não ame.
.
Ouço dizer que há tiroteio
ao alcance do nosso corpo.
É a revolução? o amor?
Não diga nada.
.
Tudo é possível, só eu impossível.
O mar transborda de peixes.
Há homens que andam no mar
como se andassem na rua.
Não conte.
.
Suponha que um anjo de fogo
varresse a face da terra
e os homens sacrificados pedissem perdão.
Não peça.
.

(Carlos Drummond de Andrade)

quinta-feira, 10 de setembro de 2009

O Colar

(...)

-Posso...
-Pode, aqui você pode tudo.

Abre uma lata
Tira a camisa
Derruba o cinzeiro
- Ali em cima tem um pronto, só acender...

(tinham conversa pra noite inteira, ninguém pega o cinzeiro)

Ele:
Olha a tela, olha para ela
(pensa: vai ser dela!)

- Vou terminar pra você!
- Sério? ... Então... eu gosto dessa cor, e dessa daqui e mais dessa outra...
- Essa não combina, tem que ser uma vermelha...
- Essa é vermelha.
- Já sei! (usando o vermelho)... vai ser como eu quiser... nao dá pra pintar com você olhando... vou terminar depois na rua! Paro em algum lugar, e termino de pintar, rapidinho... me dá uma semana...
(daria duas)
- Tá, mas então pinta tudo, não deixa nenhum espaço em branco.
- Relaxa, vai ser do jeito que eu fizer... presente é presente...

Liga a TV, põe um filme
Liga a vitrola, trilha sonora
Dança...
Pega um livro

Abre outra lata, enrola mais um

-

Ela:
Olha pela janela...
Olha nos olhos que não desviam o olhar dela...
Desvia...

Volta pro livro
Escolhe uma poesia
- Eu gosto dessa... (um soneto, claro)
- Eu acho que você é assim... você é assim?
- Assim como? Me diz, como é que é ser assim?
- Você se identifica...
- " Fiel a sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo"... acho que sou então... devo ser...

Ele:
-Vem?
(quase...)
- Vem, comigo?
(já estava...)
(já era...)

Sabiam que não havia escolha a ser feita...
Entrega.
(quase...)

Espera...

E o colar?
Bom, o colar não sai do lugar...

(...)


Eye of Fatima


"(...) and shes all dressed in black
He got fifteen bindles of cocaine tied up in a sack(...)"


quarta-feira, 9 de setembro de 2009

Les Belles Images

"Querer ser livre é também desejar que os outros sejam livres"

(BEAUVOIR, Simone de/Les Belles Images, 1966)





o próximo...
09/09/09

and again, and again, and again, and again

The same old complex system,
or this new déjà vu?

The problem is always with the shades
gray, green, or blue?

I just can't separate them...

And, just for tonight...

I've decided:
both, again.

It's Mee!

A Flor-do-Luar do Rio Negro, 1988


"Ao permanecer imóvel, com o escuro contorno da floresta ao meu redor, me senti enfeitiçada. Neste momento, a primeira pétala começou a se mover, e outra após outra, enquanto a flor rompia para a vida. Abria-se muito rapidamente. Continuamos assistindo, com a fraca iluminação de uma tocha e com a luz da Lua cheia que subia pela orla escurecida da floresta. Nos primeiros estágios, a flor exalou um perfume extraordinariamente doce e ficamos todos fascinados com sua beleza e delicadeza. Para nossa surpresa, ela ficou enorme e totalmente aberta em uma hora.Enquanto desenhava, desejei que chegasse um polinizador, que os especialistas acreditam ser uma mariposa ou talvez um morcego. Nossa vigília durou toda a noite e cheguei à conclusão de que nossa intromissão acabou por importunar o equilíbrio desenvolvido durante dezenas de milhões de anos. (...) A “Flor-do-Luar” fechou-se antes do amanhecer. Pássaros deixavam seus ninhos e sobrevoavam as ilhas. Um tucano apareceu úmido de orvalho sobre a copa de uma árvore. Uma elegante garça pescava. É o amanhecer de um outro dia."


(Flores da Floresta Amazônica - A arte botânica de MARGARET MEE)

terça-feira, 8 de setembro de 2009

noite de não dormir II

" Penso, logo, não durmo."

domingo, 6 de setembro de 2009

o homem de chapéu

Ele está me dizendo alguma coisa. Algo muito importante, que agora já não posso lembrar. É tão sério que me assusta. Não sei dizer quem ele é, nem tampouco descrevê-lo com exatidão... seus traços me confundem... não me é mais estranho, porém, nao sei receonhecê-lo. Os cabelos são negros, e aparentam ser lisos e grossos, por baixo do chapéu claro que está usando, da mesma cor do paletó. É um homem alto. Não aparenta ser bom nem mau, apenas seco. Talvez um pouco irônico. Pode ser que tenha em torno de 30 e tantos/quarenta anos e aparente ser um tanto mais velho, ou então pode ser que tenha lá pelos seus 60, e aprente ser bem mais novo... Não sei. A pele escura, exibe sinais de tempo, mas ele é ágil. E o que ele diz me soa inevitável.
Termina o que tem a dizer e vai embora... e eu, ávida por saber mais, por compreender, barganhar, ou sabe-se lá o quê, vou atrás... E estou correndo, tanto quanto posso, e descemos por jardins e galerias... Ele está sempre à minha frente. Andando! Vez ou outra, olha para trás, e me encara. Depois, se vira e continua a andar... sempre a uma distância que eu possa vê-lo. Sempre a mesma distância que em minha corrida não possa alcançá-lo...

sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Chove agora, chove forte
num compasso de ponteiros.
No chão lavado e sereno
sol e lua se confundem
e a noite se enleia ao dia
numa banheira de asfalto.
Lavam-se as almas e os pêlos,
enquanto um insensível relógio,
dormindo nos seus vagares,
afoga a vida nos horários.

Geraldo Pinto Rodrigues (meu saudoso Tio Geraldo), em "Os Dias Soluçantes", de 1982

"Invocação de Orpheu"

"...Uma coisa
é o que se vê quando se vê,
outra, o que se sente no escuro
da alma em pena."

(Marly de Oliveira)

quinta-feira, 3 de setembro de 2009

A Água e os Sonhos



[...] Sonha-se antes de contemplar. Antes de ser um espetáculo consciente, toda paisagem é uma experiência onírica. Só se olha com paixão estética as paisagens que se viu antes em sonho. A unidade de uma paisagem se apresenta como a realização de um sonho muitas vezes sonhado [...].

(BACHELARD, em "A Água es os Sonhos" )
"O meu amor não tem
importância nenhuma.
Não tem o peso nem
de uma rosa de espuma!
Desfolha-se por quem?
Para quem se perfuma?
O meu amor não tem
importância nenhuma."

(Cecília Meireles)
Entre o sono e sonho,
Entre mim e o que em mim
É o quem eu me suponho
Corre um rio sem fim.

Passou por outras margens,
Diversas mais além,
Naquelas várias viagens
Que todo o rio tem.

Chegou onde hoje habito
A casa que hoje sou.
Passa, se eu me medito;
Se desperto, passou.

E quem me sinto e morre
No que me liga a mim
Dorme onde o rio corre -
Esse rio sem fim.

(Fernando Pessoa, 11-9-1933)

terça-feira, 1 de setembro de 2009

Ísis Sem Véu

"Nos nossos sonhos", diz Paracelso, "somos como as plantas, que também possuem o corpo elementar e vital, mas não o espírito. No nosso sono, o corpo astral é livre e pode, pela elasticidade da sua natureza, pairar ao redor do seu veículo adormecido ou erguer-se mais alto, para conversar com os pais estrelares ou mesmo comunicar-se com os seus irmãos a grandes distâncias. Os sonhos de caráter profético, a presciência e as necessidades atuais são as faculdades do espírito astral. Esses dons não são concedidos ao nosso corpo elementar e grosseiro, pois com a morte ele desce ao seio da Terra e se reúne aos elementos físicos, ao passo que muitos espíritos retornam às estrelas. Os animais", acrescenta, "têm também os seus pressentimentos, pois também têm um corpo astral".

(Helena Petrovna Blavatsky, em "Ísis Sem Véu", de 1877)
"QUANTO MAIS ESCURO ESTIVER O CÉU, MAIS AS ESTRELAS BRILHARÃO"

(provérbio persa)

Mal acostumada

Sempre teve os melhores partidos. E os piores também... A bem dizer, a verdade é que tinha todos. De menina já era dada aos extremos, e aos exageros. Começou cedo, e nunca foi de ciúmes. Apaixonou-se inúmeras vezes, completa e loucamente por cada um deles, porém não tanto quanto fez alguns se apaixonarem por ela. Nem nunca perdidamente. E assim, sucessivamente, trocando um pelo próximo, como quem troca de sapatos, e vez outra saía com "um pé de cada". Sofria. Menos do que achava, mais do que fingia. E sem querer (ou não), fazia sofrer também... Queria saber até onde iam por ela, por curiosidade, ou só para saber que estavam lá esperando, enquanto ela resolvia se desfazer deles... testou um por um, optou por nenhum. Ou por um mais um. Esperou por um que optasse por ela - só. Encontrou. Mas depois, encontrou outro, e outro, e outro... Esperava deles o que não lhes dava. Exigia. Ganhava. Encontrava no movimento, na fluidez do jogo a satisfação, e assim sentia-se viva. Nuca quis, de fato, fazer mal a nenhum. Fez até muito bem para alguns, que ainda não descobriram... Não tinha também a intenção de jogar com eles. O jogo era dela. Ela fazia as regras, dava as cartas e determinava quando a partida chegava ao fim. Mesmo que às vezes se esqucesse de avisar, enquanto deixava que continuassem tentando... e ria, se divertia com as propostas malucas que ouvia... Não acreditava como era fácil fazer acreditarem nela. Não entendia como podiam levá-la a sério! Fazia com os homens o que sempre ouviu dizer que eles fazem com as mulheres. Devolvia-lhes o que eventualmente poderiam ter feito com outras, ou antecipava o que viriam a fazer um dia. Que ela nunca soube como era. Nunca esteve do outro lado... Sorte a dela!
Mal acostumada...



"Pobre de quem não entendeu
que a beleza de amar é se dar
e só querendo pedir nunca soube o que é perder prá encontrar..."