segunda-feira, 27 de abril de 2009
owl's dreams
Essa coruja que eu trago nas costas, que me faz alçar lindos vôos, tem me trazido muita coisa... Sempre carreguei ela comigo, e de uns tempos prá cá resolvi estampá-la... e agora acho que ela é quem me carregava, no bico, lá no alto... E vendo tudo pequenininho, lá de cima, descobri que vê-se melhor! Qua as coisas de perto parecem maiores, algumas vezes até únicas... Mas quando vê-se o todo, percebe-se que é nítida a diferença entre o que as coisas são e o que parecem ser. E o que queríamos que fossem... Não, ela não me carrega mais... Aprendi a voar sozinha! Voamos juntas... O mesmo vôo... Eu sei voar! Ela agora é o lado de fora, mas eu sou o dentro... Ela enxerga as coisas no escuro, depois vem, e me conta tudo... E eu acordo sabendo... Não há nada mais que passe por mim sem que eu o saiba. Não há distância que eu não alcance em sonho, numa só batida de asas. Não há um só som que eu não possa identificar, não importa o zunido. Não há ser que se aproxime sem antes eu arrepiar... Não sei se é de todo bom, saber tanta coisa assim... Mas já até me acostumei. Tinha me esquecido de como era fácil! Simples como subir à tona para respirar... É só fechar os olhos e não pensar.... Vem coruja, vem... pia aqui no ombro só pra eu escutar... E depois vai, e voa sozinha... Que agora eu já sei - ninguém vai me alcançar...
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