terça-feira, 28 de abril de 2009

Fogo do Inferno

Porque sempre acordo com alguém gritando, ou um violão desafinado, uma guitarra distorcida, um anarcopunk revoltado? Hoje foi o Marcelo Nova, com essa:

"Ouvi notícias de muito longe batendo na minha porta
Eu vi os garfos, eu vi as facas em cima da mesa posta.
Pra que mensagens e telegramas se você; chega e some
Tenho dinheiro e CPF, mas não me lembro o meu nome.
(...)
Pra que escolas e faculdades não há nada pra aprender
Eu já não vejo, eu já não penso, já não consigo escrever
Sou faixa preta, toco guitarra, um dia vou popular de asa
Durmo de dia, trabalho à noite não sei se volto pra casa.
Olho pro trânsito, olho o sinal, tá tudo engarrafado,
Vídeo cassete, computadores e homens codificados
(...)
Tô abafado, me dá licença vê se sai da minha frente
Tenho miopia sou hipotenso, meu pé tá sempre dormente
Amsterdã via Paris acho que é nesse que eu vou
Mudei o corte do meu cabelo já nem sei como eu sou.
Não há mais festa nem carnaval
Acho que eu fui enganado
Me diga as horas eu vou embora
Hoje eu tô atrasado. "
(Hoje)

E hoje eu estava atrasada também... pra variar...

Saio correndo de pressa,
cabelo molhado,
maquiando no elevador,
pensando nessa:


"Não me queira solução
Pois eu sou o seu problema
Eu lhe tento, eu lhe amedronto
Eu sou o X do seu dilema
E o calor que me consome
Em cada gesto ou pensamento
É o do fogo do inferno
E não o mormaço de Ipanema
Você é tão previsível
Eu sou o susto e a surpresa
Ao meio-dia você almoça,
Eu já comi sua sobremesa
E é mesmo perigoso,
Não adianta por seu pano quente
Todo ano tentam acabar comigo
Mas eu sou um sobrevivente
(...)
O que eu faço lhe confunde
O meu jeito lhe ofende
Já lhe mostrei minhas entranhas
Mas você não compreende
Que destino não se apaga,
Quando já nasce traçado
Prefiro inteiro arder em chamas,
Do que aos poucos congelado
Baby, baby, baby, se você quiser pagar pra ver
Eu incendeio a sua alma você não vai se arrepender"

(Fogo do Inferno, Marcelo Nova - com pequenas intervenções minhas)

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