Sob o abajour de lírios, de onde vêm todos os devaneios, ela achava que sabia de tudo que queria.
Agora ela quer o que não sabe. E nem sabe por que quer tanto... E nem quer saber...
À meia luz do fim da tarde, ela só sabe querer.
"não tenho medo nem de chuvas tempestivas nem de grandes ventanias soltas, pois eu também sou o escuro da noite" (clarice lispector)
Não há guarda-chuva
contra o amor
que mastiga e cospe como qualquer boca,
que tritura como um desastre.
Não há guarda-chuva
contra o tédio:
o tédio das quatro paredes, das quatro
estações, dos quatro pontos cardeais.
Não há guarda-chuva
contra o mundo
cada dia devorado nos jornais
sob as espécies de papel e tinta.
Não há guarda-chuva
contra o tempo,
rio fluindo sob a casa, correnteza
carregando os dias, os cabelos."
"senhorita chuva
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