A Flor-do-Luar do Rio Negro, 1988
"Ao permanecer imóvel, com o escuro contorno da floresta ao meu redor, me senti enfeitiçada. Neste momento, a primeira pétala começou a se mover, e outra após outra, enquanto a flor rompia para a vida. Abria-se muito rapidamente. Continuamos assistindo, com a fraca iluminação de uma tocha e com a luz da Lua cheia que subia pela orla escurecida da floresta. Nos primeiros estágios, a flor exalou um perfume extraordinariamente doce e ficamos todos fascinados com sua beleza e delicadeza. Para nossa surpresa, ela ficou enorme e totalmente aberta em uma hora.Enquanto desenhava, desejei que chegasse um polinizador, que os especialistas acreditam ser uma mariposa ou talvez um morcego. Nossa vigília durou toda a noite e cheguei à conclusão de que nossa intromissão acabou por importunar o equilíbrio desenvolvido durante dezenas de milhões de anos. (...) A “Flor-do-Luar” fechou-se antes do amanhecer. Pássaros deixavam seus ninhos e sobrevoavam as ilhas. Um tucano apareceu úmido de orvalho sobre a copa de uma árvore. Uma elegante garça pescava. É o amanhecer de um outro dia."
(Flores da Floresta Amazônica - A arte botânica de MARGARET MEE)
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