Acordei com estes versos na ponta da língua...
Ansiosas, mais do que eu, as palavras queriam sair...
"Me rendo!
Quer comprar?
Hoje eu me vendo.
Mas cuidado, já aviso:
Se quiser, que corra o risco,
De pagar e não levar...
Escolha... escolha você, e eu veto.
Que a minha escolha já nasceu feita.
E onde vou não tem chão nem teto.
Enquanto isso, lá nem cá, vou no caminho do meio.
Sou deslocamento.
Vou sem certeza, mas também sem receio.
Sempre em movimento.
Só sei ser assim,
Infinita.
Sem começo, meio e fim...
SIM e NÃO!
Nunca talvez.
Sou duas, sou três...
Eu mesma, a contradição!
Prazer e dor.
Riso e gargalhada.
Medo e pavor.
Sei tudo e não sei de nada.
De sobra, só tenho amor.
Controversa? Paradoxal?
Demais para entender?
Pense então que não tenho moral...
Ou contente-se com o que puder ser.
Sou fluida, te escapo.
Te aceito, me recusando.
E te mastigo e engulo.
E te amo, te desprezando.
Te confundo.
E quando não é você
Pode sempre ser um outro.
Um ou outro.
Ou um e outro.
E o próximo, e seu próximo...
- O próximo!
Sou fogo, sou chama
Me encosta e vai queimar
Azar de quem me ama...
Tem medo? Vai arriscar?
Verdade?
Mentira.
Escolha, pode escolher...
Que hoje eu posso tudo
E ainda vou desmerecer..."
(pelas minhas 26 primaveras completas)
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