segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

resiliente / Guitarra



"APRENDI COM A PRIMAVERA A ME DEIXAR CORTAR. E A VOLTAR SEMPRE INTEIRA"





Guitarra

"Punhal de prata já eras,
punhal de prata!
nem foste tu que fizeste
a minha mão insensata.
vi-te brilhar entre as pedras,
punhal de prata!

- no cabo flores abertas,
no gume, a medida exata,

exata, a medida certa,
punhal de prata,
para atravessar-me o peito
com uma letra e uma data.

A maior pena que eu tenho,
punhal de prata,
não é de me ver morrendo,
mas de saber quem me mata."


(Cecília Meireles)

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