quarta-feira, 29 de julho de 2009
o outro
Ah... o muro branco outra vez! Ainda branco. Sabe, aquelas flores... bom elas de alguma forma faziam-me acreditar que tudo era real, e não só fantasia. Que ele, mesmo sem saber, era o outro, mas ainda era. Que eu, sabendo-me mais uma, ao menos era também. Que existia, mesmo que só de vez em quando "nós". E eu não me importava em medir palavras, procurando as certas e escondendo as erradas... Mesmo quando não acontecia, e ficávamos mudos, numa espécie de silêncio de cumplicidade, suportando aquela distância tão próxima! Desde o princípio, é isso que fomos. Cúmplices. Nem amigos, nem parceiros, nem amantes. Cúmplices. Dois iguais. Assistindo o tempo passar por nós, sem desviar o olhar. Testando nossos limites e os dos outros, apostando com a sorte, num jogo de azar. Quantas vezes eu menti e deixei ele acreditar?
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