terça-feira, 28 de julho de 2009

Deve ser amor...

Deve ser amor... esse vazio que consome. Essa espera que as horas insistem em disfarçar, mesmo sabendo que talvez, há de não chegar. Deve ser amor... o frio que corre a espinha toda vez que um pensamento corta a idéia, sem olhar para os dois lados antes de atravessar, como quem se afoga, encantado pelas ondas, deixando-se levar. Mas antes, deve ser mesmo, porque não tem fim... Porque passa, ou faz que passa, e depois volta. Pior. E também porque no fundo eu sempre soube que era... Sempre acreditei que "todo amor é eterno, e se acaba, não era amor". Só não sabia como seria, se viria, e como o amor se apresentaria... Na verdade, não se apresentou. O amor dispensa apresentações. Ele simplesmente é. No começo, pode até ser confundido com outras paixões. Mas a paixão tem prazo de validade, começo meio e fim. Um dia você acorda e já acabou... O amor não tem pé nem cabeça, motivo, nem explicação. Acontece sozinho. Quando dado se multiplica, e se transforma em outras coisas; quando guardado só se transforma em outras coisas. E quando falta, aí é nada... um nada enorme... um nada tão grande, que incomoda. Mas nunca deixa de ser amor. O infinito amor... O incondicional amor... O indescritível, o maior de todos os sentimentos humanos, que de tão imenso chega a ser divino! Há quem acredite que amor se constrói, eu inclusive já disse algumas vezes, acreditando, e hoje me contradigo. Não se constrói coisa nenhuma. Pode-se "construir" carinho, um relacionamento, respeito, admiração, apego, dependência. Não amor. Ou ele é ou não é. Sem meios termos. Não se ama só um pouco, nem se ama demais - todo amor é um exagero! O amor é além da conta. Você flutua, mas não um suave pairar - é sentir-se despencar... e perde a fome e o sono, e o sentido e o prumo... E só descobre que encontrou o amor quando se perde... quando ele chega e ocupa todo o espaço, e toma inclusive o seu espaço, e todo o resto some...
É... então, penso que deve ser amor, isso em que esbarrei... porque já faz muito tempo, e ainda não me livrei...

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