quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Demora-te sobre a minha hora.

Antes de me tomar, demora.

Que tu me percorras cuidadosa, etérea

Que eu te conheça lícita, terrena



Duas fortes mulheres

Na sua dura hora.



Que me tomes sem pena

Mas voluptuosa, eterna

Como as fêmeas da Terra.



E a ti, te conhecendo

Que eu me faça carne

E posse

Como fazem os homens.



(Hilda Hilst, Da morte. Odes mínimas, 1980)

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