sábado, 26 de dezembro de 2009
Arranha Céu / Poema de Circunstância
Onde estão os meus verdes?
Os meus azuis?
O arranha-céu comeu!
E ainda falam nos mastodontes, nos brotossauros, nos tiranossauros,
Que mais sei eu...
Os verdadeiros monstros, os papões, são eles,os arranha-céus!
Daqui
Do fundo
Das suas goelas,
Só vemos o céu, estreitamente, através de suas
Empinadas gargantas ressecas.
Para que lhes serviu beberem tanta luz?
De fronte
À janela aonde trabalho...
Há uma grande árvore...
Mas já estão gestando um monstro de permeio!
Sim, uma grande árvore muito verde...Ah,
Todos os meus olhares são de adeus
Como o último olhar de um condenado!
(Mário Quintana)
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