segunda-feira, 3 de janeiro de 2011

Da Morte

Se eu soubesse
Teu nome verdadeiro

Te tomaria
Úmida, tênue

E então descansarias.

Se sussurrares
Teu nome secreto
Nos meus caminhos
Entre a vida e o sono

Te prometo, morte,
A vida de um poeta.
A minha: Palavras vivas, fogo, fonte.

Se me tocares,
Amantíssima, branda
Como fui tocada pelos homens

Ao invés de Morte
Te chamo
Poesia
Fogo, Fonte, Palavra viva
Sorte.

(Hilda Hilst)

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