terça-feira, 31 de agosto de 2010

azulão

Custou acreditar, quando viu a menina entrar, e sentar - suave e doce - quando antes, lá fora, sentia que havia um guerreiro. Foi jogando, interessado. E dizendo tudo que via, enquanto ela, só ouvia.... Mas quando ela pergunta, tímida, a concha cai certeira. Diz que pode ser só por agora, mas era ele, o que vem primeiro.
Na gira, quando ela chega, mandam chamar o vento - ora pra soprar pra longe, ora pra ser brisa leve. E quando chega muito aflita, cantam logo o Tempo, pra curar outra interpérie... Tempo, Tempo, Tempo, Tempo... Vez ou outra pra chover de novo, fazer arco-íris, para ela escolher uma cor... Gira ela para um lado, gira para o outro... Ensina a contar certo, sem tropeçar nas vírgulas... Banho de ervas, flores, moedas, búzios, pedrinhas... presentes do Tempo...
Dançam com ela.
Por fora, o que se vê, é só o que o espelho que ela carrega reflete. Assim, doce mesmo...
Por trás da suavidade é que habita o cavaleiro. Com o reflexo do espelho, dissimula o alfange na outra mão. Como que na espreita, de tocaia. E que ninguém acenda sua fúria! Infantaria, linha de frente. Venha o que vier, ele já espera, quente.
O colar dele é o primeiro, e vai cruzado. Depois vem os outros. Os dela, de sempre, e essa noite, escondido, o emprestado. O pano da costa, um dia, também vai atravessado. É dele.
Ela é dele. Está mais que confirmado.
É da guerra por excelência, nunca soube o que era paz. E quando não há motivo, inventa um, tanto faz.

Nenhum comentário:

Postar um comentário