segunda-feira, 31 de maio de 2010
sábado, 29 de maio de 2010
quadra da espera que o vento não traz
do que tenho, não quero
e venero o que não tenho
que não busco e espero
e se me alcança não venho
e venero o que não tenho
que não busco e espero
e se me alcança não venho
quinta-feira, 27 de maio de 2010
fluindo...
A parte que eu mais gosto de ser mulher, é poder sentir a lua mudando, com todos os fluidos do meu corpo, a influência direta desse lindo satélite no universo de mim, assim como ela faz com as marés, com tudo que é água, líquido, fluido, volátil... E mudar com a lua. Mudar como a lua...
Ora nova,
ora crescente,
ora cheia de mim mesma,
ora fora,
ora ausente,
e ainda ser eu mesma!
E crescer novamente,
e minguar de repente,
e sumir vez ou outra...
É como ser a cada fase
uma mulher na pele d'outra!
.
Ora nova,
ora crescente,
ora cheia de mim mesma,
ora fora,
ora ausente,
e ainda ser eu mesma!
E crescer novamente,
e minguar de repente,
e sumir vez ou outra...
É como ser a cada fase
uma mulher na pele d'outra!
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13:20
Voltemos ao tempo certo, à frequência natural do universo...
“Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz.”
(Eclesiastes)
“Tudo tem o seu tempo determinado e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
há tempo de nascer e tempo de morrer;
tempo de chorar e tempo de rir;
tempo de abraçar e tempo de afastar-se;
tempo de amar e tempo de aborrecer;
tempo de guerra e tempo de paz.”
(Eclesiastes)
7:7::7:7
.
quarta-feira, 26 de maio de 2010
Amor Bastante
quando eu vi você
tive uma idéia brilhante
foi como se eu olhasse
de dentro de um diamante
e meu olho ganhasse
mil faces num só instante
basta um instante
e você tem amor bastante
(Leminski)
terça-feira, 25 de maio de 2010
segunda-feira, 24 de maio de 2010
domingo, 23 de maio de 2010
do sono
"O sono é um tipo de morte e vice-versa.
Dormir é uma delícia.
Pra quem tem a consciência leve,
qual dos dois sonos será que é mais gostoso?"
Dormir é uma delícia.
Pra quem tem a consciência leve,
qual dos dois sonos será que é mais gostoso?"
(via @BagulhoBom)
sexta-feira, 21 de maio de 2010
quarta-feira, 19 de maio de 2010
escrevedora II
.
inventadora de histórias,
algumas nem tão inventadas assim...
cantadora de caos(os),
uns mal contados até para mim!
você sempre me olhou primeiro...
(planejou tim-tim por tim-tim)
- muito prazer! agora que me conhece,
sabe dizer qual será nosso fim?
.
inventadora de histórias,
algumas nem tão inventadas assim...
cantadora de caos(os),
uns mal contados até para mim!
você sempre me olhou primeiro...
(planejou tim-tim por tim-tim)
- muito prazer! agora que me conhece,
sabe dizer qual será nosso fim?
.
terça-feira, 18 de maio de 2010
Mandaraqui mandou dizer:
.
"- tens, na palma da mão esquerda,
um espelho:
teu reflexo
dou-te sustentação:
vais aprender a descobrir-te na formosura,
embaixo da mão esquerda, a direita segura
apoiando a reflexão
podes mudar a ordem,
mas sempre tem uma mão
debaixo da outra mão
e sempre, embaixo das tuas
tem mais outras duas...
aqui, Mandaraqui unta
tu pega tuas duas mãos
e junta
enxerga no teu reflexo
a força que te sustenta
verás muita coisa bonita
mas na frente, veja tú:
que a imagem refletida
é tú mesma quem inventa!"
.
"- tens, na palma da mão esquerda,
um espelho:
teu reflexo
dou-te sustentação:
vais aprender a descobrir-te na formosura,
embaixo da mão esquerda, a direita segura
apoiando a reflexão
podes mudar a ordem,
mas sempre tem uma mão
debaixo da outra mão
e sempre, embaixo das tuas
tem mais outras duas...
aqui, Mandaraqui unta
tu pega tuas duas mãos
e junta
enxerga no teu reflexo
a força que te sustenta
verás muita coisa bonita
mas na frente, veja tú:
que a imagem refletida
é tú mesma quem inventa!"
.
receita de incenso
"Defuma com as ervas da Jurema
Defuma com arruda e guiné
Alecrim, benjoim e alfazema..."
Defuma com arruda e guiné
Alecrim, benjoim e alfazema..."
domingo, 16 de maio de 2010
sonetinho sob medida (do "soneto dele")
Fiz um soneto encomendado,
quase-quase, improvisado
Pra ser lido no dia seguinte,
tendo o suspense como requinte
Versos fluidos, sob medida,
para uma noite sem saída
Com direito a rascunho,
escrito a próprio punho!
As linhas que desenhei pra ele
e chamei de "o soneto dele"
Se ele gostou, isso eu não sei...
Mas o caminho escrito eu deixei...
Pra quando eu esquecer, poder lembrar
E pra quando ele sumir, quem sabe, voltar...
quase-quase, improvisado
Pra ser lido no dia seguinte,
tendo o suspense como requinte
Versos fluidos, sob medida,
para uma noite sem saída
Com direito a rascunho,
escrito a próprio punho!
As linhas que desenhei pra ele
e chamei de "o soneto dele"
Se ele gostou, isso eu não sei...
Mas o caminho escrito eu deixei...
Pra quando eu esquecer, poder lembrar
E pra quando ele sumir, quem sabe, voltar...
sexta-feira, 14 de maio de 2010
entre... (ou tênue II)
entre o mundo sutil e o óbvio
há uma linha tênue
uma pequena fresta
uma fenda
que às vezes se abre
(se assim for do querer da lua)
sempre,
quando percebê-la aberta,
ENTRE!
há uma linha tênue
uma pequena fresta
uma fenda
que às vezes se abre
(se assim for do querer da lua)
sempre,
quando percebê-la aberta,
ENTRE!
quinta-feira, 13 de maio de 2010
"O que o vento não levou"
"No fim tu hás de ver que as coisas mais leves são as únicas
que o vento não conseguiu levar:
um estribilho antigo
um carinho no momento preciso
o folhear de um livro de poemas
o cheiro que tinha um dia o próprio vento..."
(MARIO QUINTANA / FOTO: GUSTAVO USTARA)
soneto de lua nova atrasada
lua nova que atrasou
custou a chegar e veio
e a menina acordou no meio
quando a luz do céu apagou
sonho velho que voltou
envolto em névoa e enleio
trazendo volta todo anseio
da menina que sonhou
noite escura, pra sonhar
intento puro sem mesura
ela dorme para lembrar
a sombra de cada figura
não tem medo de ensonhar
sempre encontra o que procura
custou a chegar e veio
e a menina acordou no meio
quando a luz do céu apagou
sonho velho que voltou
envolto em névoa e enleio
trazendo volta todo anseio
da menina que sonhou
noite escura, pra sonhar
intento puro sem mesura
ela dorme para lembrar
a sombra de cada figura
não tem medo de ensonhar
sempre encontra o que procura
quarta-feira, 12 de maio de 2010
Oh! sejamos pornográficos
(docemente pornográficos).
(...)
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos)
...
(Drummond)
(...)
Oh ! sejamos navegantes,
bandeirantes e guerreiros,
sejamos tudo que quiserem,
sobretudo pornográficos.
e as mulheres podem doer
como dói um soco no olho
(pornográficos, pornográficos)
...
(Drummond)
terça-feira, 11 de maio de 2010
Canção da Mulher que Escreve
Não perguntem pelo meu poema:
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.
Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como a um inseto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema, deixem
Que seja somente um poema.
(Nem eu ouso ergue-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade).
Lya Luft
Nada sei do coração do pássaro
Que a música inflama.
Não queiram entender minhas palavras:
Não me dissequem, não segurem entre vidros
Essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como a um inseto
No alfinete da interpretação:
Se não podem amar o meu poema, deixem
Que seja somente um poema.
(Nem eu ouso ergue-lo entre meus dedos e perturbar a sua liberdade).
Lya Luft
POETAS
Poeta não é apenas o ser raro que faz versos. É alguém diferente da média, por isso em constante tentativa (frustrada) de se ajustar. É o vibrar de uma sensibilidade extra, que se julga privilegiada conquanto tida como defeituosa, subjetiva e inadaptada pela média das pessoas. O poeta é quem está nos lugares sem ficar, jamais, por inteiro. Acompanha os demais sem, porém, a entrega total com a qual estes se dedicam (e assim se distraem) ao trabalho, jogo ou conversa; é o mais ausente dos presentes, sem que lhe notem a evasão.
Por não estar inteiro nas atividades que encantam e ocupam os demais, o poeta sofre duplamente. Primeiro, por sua incapacidade de plena entrega aos assuntos médios. Segundo, porque vai ficando à margem dos acontecimentos, trocando-os por uma entrada em si mesmo e no universo interior dos sons e palavras.
Nos dias em que sua sensibilidade acorda aguçada, o poeta é o mais bendito dos trapaceiros. Realiza – escondendo o tédio – as tarefas corriqueiras de sua vida e trabalho, pode até assinar decisivos acordos internacionais, programar foguetes voadores, legislar ou realizar vultosas operações financeiras, sem a ninguém transmitir as emoções internas em turbilhão ou borbulha. É como se fosse um receptor de rádio AM/FM. Se está no AM ouve a FM. Se ouve a FM precisa é se concentrar no AM.
Farsante angelical, finge participar da vida dos homens quando, apesar de prestar alguma esforçada atenção ao que faz, a cada respiração ou espaço silencioso, até mesmo quando vai ao banheiro, mas sempre que se percebe sozinho – ainda que por segundos – habita-se por fantasias inenarráveis, memórias teimosas, riquíssimas sensações não verbais, gotas ou litros de depressão e um sentimento inenarrável do mundo.
Não há confidente para este sentimento. Só o verso.
O poeta é diletante onde os vorazes são especialistas, é amador onde se entredevoram os profissionais. Especialista e profissional, o poeta só é de si mesmo; quando solitário, a escrever, ou quando a dois, a amar.
O poeta é o mais sublime dos desastrados. Fica aquém para ver além. Quem o compreenderá?
(Artur da Távola)
Por não estar inteiro nas atividades que encantam e ocupam os demais, o poeta sofre duplamente. Primeiro, por sua incapacidade de plena entrega aos assuntos médios. Segundo, porque vai ficando à margem dos acontecimentos, trocando-os por uma entrada em si mesmo e no universo interior dos sons e palavras.
Nos dias em que sua sensibilidade acorda aguçada, o poeta é o mais bendito dos trapaceiros. Realiza – escondendo o tédio – as tarefas corriqueiras de sua vida e trabalho, pode até assinar decisivos acordos internacionais, programar foguetes voadores, legislar ou realizar vultosas operações financeiras, sem a ninguém transmitir as emoções internas em turbilhão ou borbulha. É como se fosse um receptor de rádio AM/FM. Se está no AM ouve a FM. Se ouve a FM precisa é se concentrar no AM.
Farsante angelical, finge participar da vida dos homens quando, apesar de prestar alguma esforçada atenção ao que faz, a cada respiração ou espaço silencioso, até mesmo quando vai ao banheiro, mas sempre que se percebe sozinho – ainda que por segundos – habita-se por fantasias inenarráveis, memórias teimosas, riquíssimas sensações não verbais, gotas ou litros de depressão e um sentimento inenarrável do mundo.
Não há confidente para este sentimento. Só o verso.
O poeta é diletante onde os vorazes são especialistas, é amador onde se entredevoram os profissionais. Especialista e profissional, o poeta só é de si mesmo; quando solitário, a escrever, ou quando a dois, a amar.
O poeta é o mais sublime dos desastrados. Fica aquém para ver além. Quem o compreenderá?
(Artur da Távola)
segunda-feira, 10 de maio de 2010
No Circo
(A João de Deus)
Muito longe d'aqui, nem eu sei quando,
Nem onde era esse mundo, em que eu vivia...
Mas tão longe... que até dizer podia
Que enquanto lá andei, andei sonhando...
Porque era tudo ali aéreo e brando,
E lúcida a existência amanhecia...
E eu... leve como a luz... até que um dia
Um vento me tomou, e vim rolando...
Caí e achei-me, de repente, involto
Em luta bestial, na arena fera,
Onde um bruto furor bramia solto.
Senti um monstro em mim nascer n'essa hora,
E achei-me de improviso feito fera...
— É assim que rujo entre leões agora!
Antero de Quental, in "Sonetos"
Muito longe d'aqui, nem eu sei quando,
Nem onde era esse mundo, em que eu vivia...
Mas tão longe... que até dizer podia
Que enquanto lá andei, andei sonhando...
Porque era tudo ali aéreo e brando,
E lúcida a existência amanhecia...
E eu... leve como a luz... até que um dia
Um vento me tomou, e vim rolando...
Caí e achei-me, de repente, involto
Em luta bestial, na arena fera,
Onde um bruto furor bramia solto.
Senti um monstro em mim nascer n'essa hora,
E achei-me de improviso feito fera...
— É assim que rujo entre leões agora!
Antero de Quental, in "Sonetos"
Treat me like I'm a bad girl,
even when I'm being good to you
So give it up, honey, 'cause I want it.
domingo, 9 de maio de 2010
tênue
quando da parte doce,
submissa,
olha-te debaixo
te encanta.
e à luz da sombra
te parece mais bonita
tênue limite...
algum ponto onde tocas
e faz pulsar aflita
sublime, a parte animalesca,
sem que percebas, domina
te encanta.
e te assustas:
à sombra da luz,
te parece infinita!
submissa,
olha-te debaixo
te encanta.
e à luz da sombra
te parece mais bonita
tênue limite...
algum ponto onde tocas
e faz pulsar aflita
sublime, a parte animalesca,
sem que percebas, domina
te encanta.
e te assustas:
à sombra da luz,
te parece infinita!
quantas linhas cabem numa noite?
depende...
de quantas doses?
de quanto que?
depende...
cabem muitas...
depende, que noite?
depende da noite...
depende da linha
depende...
quanta noite cabe numa linha?
de quantas doses?
de quanto que?
depende...
cabem muitas...
depende, que noite?
depende da noite...
depende da linha
depende...
quanta noite cabe numa linha?
sábado, 8 de maio de 2010
Do bem e do mal
sexta-feira, 7 de maio de 2010
"if you don't like my fire then don't come around...
cause I'm gonna burn one down"
(tá escrito bob marley, mas é o ben harper)
(tá escrito bob marley, mas é o ben harper)
quinta-feira, 6 de maio de 2010
quarta-feira, 5 de maio de 2010
terça-feira, 4 de maio de 2010
O quero-quero II
"quero-quero
quis tanto
e enquanto
tinha tanto
querer querer
não soube ser sozinho
- quero-quero
ainda quer mais?
quero-quero:
- mais um pouquinho..."
(O quero-quero I)
quis tanto
e enquanto
tinha tanto
querer querer
não soube ser sozinho
- quero-quero
ainda quer mais?
quero-quero:
- mais um pouquinho..."
(O quero-quero I)
Assombros
Às vezes, pequenos grandes terremotos
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.
Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.
Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.
(Affonso Romano de Sant'Anna)
ocorrem do lado esquerdo do meu peito.
Fora, não se dão conta os desatentos.
Entre a aorta e a omoplata rolam
alquebrados sentimentos.
Entre as vértebras e as costelas
há vários esmagamentos.
Os mais íntimos
já me viram remexendo escombros.
Em mim há algo imóvel e soterrado
em permanente assombro.
(Affonso Romano de Sant'Anna)
domingo, 2 de maio de 2010
d'outono vermelho
"De onde que veio, palhaço,
O que te acontece no olhar?
De onde me veio, palhaço?
De onde que eu fui te tirar?"
(Marina Seneda, em "Transfusão de Sorriso")
tudo a seu tempo...
Sê paciente; espera
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
(Eugênio de Andrade)
que a palavra amadureça
e se desprenda como um fruto
ao passar o vento que a mereça.
(Eugênio de Andrade)
sábado, 1 de maio de 2010
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