quinta-feira, 24 de julho de 2014
segunda-feira, 14 de julho de 2014
Petición
Vestime de amor
que estoy desnuda;
que estoy como ciudad
-deshabitada-
sorda de ruidos,
tiritando de trinos,
reseca hoja quebradiza de marzo.
Rodéame de gozo
que no nací para estar triste
y la tristeza me queda floja
como ropa que no me pertenece.
Quiero encenderme de nuevo
olvidarme del sabor salado de las lágrimas
-los huecos en los lirios,
la golondrina muerta en el balcón-.
Volver a refrescarme de brisa risa,
reventada ola
mar sobre las peñas de mi infancia,
astro en las manos,
linterna eterna del camino hacia el espejo
donde volver a mirarme
de cuerpo entero,
protegida,
tomada de la mano,
de la luz,
de grama verde y volcanes;
lleno mi pelo de gorriones,
dedos reventando en mariposas,
el aire enredado en mis dientes,
retornando a su orden
de universo habitado por centauros.
Vestime de amor
que estoy desnuda.
que estoy desnuda;
que estoy como ciudad
-deshabitada-
sorda de ruidos,
tiritando de trinos,
reseca hoja quebradiza de marzo.
Rodéame de gozo
que no nací para estar triste
y la tristeza me queda floja
como ropa que no me pertenece.
Quiero encenderme de nuevo
olvidarme del sabor salado de las lágrimas
-los huecos en los lirios,
la golondrina muerta en el balcón-.
Volver a refrescarme de brisa risa,
reventada ola
mar sobre las peñas de mi infancia,
astro en las manos,
linterna eterna del camino hacia el espejo
donde volver a mirarme
de cuerpo entero,
protegida,
tomada de la mano,
de la luz,
de grama verde y volcanes;
lleno mi pelo de gorriones,
dedos reventando en mariposas,
el aire enredado en mis dientes,
retornando a su orden
de universo habitado por centauros.
Vestime de amor
que estoy desnuda.
Gioconda Belli
sexta-feira, 11 de julho de 2014
terça-feira, 8 de julho de 2014
quinta-feira, 3 de julho de 2014
origem
minha alma é a guerra
batalha
peleja
fio de navalha
(cego antes que veja)
e como antes outra vez
linha de frente
nunca talvez
meu espírito, doce
amor, água clara
corrente e correnteza
puro ouro, realeza
meu corpo-flecha
que nunca erra
mira e espreita
o silencio, a hora certa
a coisa feita
meu caminho é o vento
brisa ou vendaval
rodopia e muda a direção
vórtice
o raio, antes do trovão
o trovão, segredo
bruto
que falta e que sou
o que sinto é um exagero
desespero
começo e fim de tudo
ventre do mundo
toda dor e todo amor
e sendo guerra
aprender paz
que uma sem outra
não se faz
batalha
peleja
fio de navalha
(cego antes que veja)
e como antes outra vez
linha de frente
nunca talvez
meu espírito, doce
amor, água clara
corrente e correnteza
puro ouro, realeza
meu corpo-flecha
que nunca erra
mira e espreita
o silencio, a hora certa
a coisa feita
meu caminho é o vento
brisa ou vendaval
rodopia e muda a direção
vórtice
o raio, antes do trovão
o trovão, segredo
bruto
que falta e que sou
o que sinto é um exagero
desespero
começo e fim de tudo
ventre do mundo
toda dor e todo amor
e sendo guerra
aprender paz
que uma sem outra
não se faz
quarta-feira, 2 de julho de 2014
depois da perda
eles são meu norte
o alimento da minha alma
meu alento
meu sustento
minha sorte
o meu amor
a cura da minha dor
maior que eu
minha alegria
meu despertar
de cada dia
o meu medo da morte...
(28/01/14)
o alimento da minha alma
meu alento
meu sustento
minha sorte
o meu amor
a cura da minha dor
maior que eu
minha alegria
meu despertar
de cada dia
o meu medo da morte...
(28/01/14)
conserta-se coração partido
a noite, quando quase tudo silencia
eu quase posso ouvir
o descompasso do teu coração
quase sinto o vazio te engolindo...
é isso mesmo,
eu remendo teu coração partido
e em troca, não precisa nada
nem devolver o pedaço do meu...
vem, te achega, aninha em mim
cola aqui teu peito, e cala
escuta...
percebe como bate um coração
cansado, partido, remendado, novo
bate ainda mais forte
funciona direitinho, eu garanto!
e digo mais:
é capaz até, de se deixar despedaçar outra vez
e outras tantas mais!
mas aí não é comigo...
tem aqui um colo e um calor
(e ainda um tanto do meu amor, que é teu)
se quiser...
eu quase posso ouvir
o descompasso do teu coração
quase sinto o vazio te engolindo...
é isso mesmo,
eu remendo teu coração partido
e em troca, não precisa nada
nem devolver o pedaço do meu...
vem, te achega, aninha em mim
cola aqui teu peito, e cala
escuta...
percebe como bate um coração
cansado, partido, remendado, novo
bate ainda mais forte
funciona direitinho, eu garanto!
e digo mais:
é capaz até, de se deixar despedaçar outra vez
e outras tantas mais!
mas aí não é comigo...
tem aqui um colo e um calor
(e ainda um tanto do meu amor, que é teu)
se quiser...
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