terça-feira, 28 de setembro de 2010
segunda-feira, 27 de setembro de 2010
O Segundo Casamento
(o texto veio daqui)
sexta-feira, 24 de setembro de 2010
quinta-feira, 23 de setembro de 2010
Manhãs de Setembro,
aragem fresca
construindo sonhos,
teias de gotas
enfeitando os matos,
perfume verde
a seguir meus passos,
lírios roxos
ponteando as margens
do fio de água
que escorre manso.
E tu E eu!
E a erva tombada
pelos corpos,
os lírios violados
na paixão.
E o céu!
Esse céu azul
sem limite.
O nosso limite.
A nossa eternidade!
(Helena Guimarães)
tempo de lua (cheia)
e todo meu corpo anseia por ela
cresce lua, muda
que o gato já mia na rua
eu, de minha, viro tua
clareia lua, a noite escura
que no teu tempo
processo minha cura
ilumina, lua
torna-me pura
miro a ti, minha'lma nua
puta que pariu
ainda assim, quadras...
(pensamentos dispersos
mal formam palavras!)
quarta-feira, 22 de setembro de 2010
terça-feira, 21 de setembro de 2010
Dona do Ouro
quarta-feira, 15 de setembro de 2010
domingo, 12 de setembro de 2010
Primavera
- Arca cerúlea de ilusões etéreas,
Chova-te o Céu cintilações sidéreas
E a terra chova no teu seio flores!
Esplende, Primavera, os teus fulgores,
Na auréola azul, dos dias teus risonhos,
Tu que sorveste o fel das minhas dores
E me trouxeste o néctar dos teus sonhos!
Cedo virá, porém, o triste outono,
Os dias voltarão a ser tristonhos
E tu hás de dormir o eterno sono,
Num sepulcro de rosas e de flores,
Arca sagrada de cerúleos sonhos,
Primavera gentil dos meus amores!
sábado, 11 de setembro de 2010
"De repente já estou no fim dos 20
e não tenho nada do que as pessoas costumam ter nessa idade. Tenho planos, claro (todo mundo tem). Mas objetivamente estou sem nada aqui à minha frente. O momento futuro é uma incógnita absoluta. Eu não posso pensar ‘não, daqui a um ano eu vou pro campo ou eu caso ou eu me formo ou eu vou à Europa’. Eu não sei. Fico esperando que pinte alguma coisa, naturalmente. E essa falta de ação me esmaga um pouco."
terça-feira, 7 de setembro de 2010
segunda-feira, 6 de setembro de 2010
sexta-feira, 3 de setembro de 2010
Metade
não me impeça de ver o que anseio.
Que a morte de tudo o que acredito
não me tape os ouvidos e a boca.
Porque metade de mim é o que eu grito,
mas a outra metade é silêncio...
Que a música que eu ouço ao longe,
seja linda, ainda que triste...
(...)
Porque metade de mim é partida,
mas a outra metade é saudade.
Que as palavras que eu falo
não sejam ouvidas como prece
e nem repetidas com fervor,
apenas respeitadas,
como a única coisa que resta
a um homem inundado de sentimentos.
Porque metade de mim é o que ouço,
mas a outra metade é o que calo.
Que essa minha vontade de ir embora
se transforme na calma e na paz
que eu mereço.
E que essa tensão
que me corrói por dentro
seja um dia recompensada.
Porque metade de mim é o que eu penso,
mas a outra metade é um vulcão.
Que o medo da solidão se afaste
e que o convívio comigo mesmo
se torne ao menos suportável.
Que o espelho reflita em meu rosto,
um doce sorriso,
que me lembro ter dado na infância.
Porque metade de mimé a lembrança do que fui,
a outra metade eu não sei.
Que não seja precisomais do que uma simples alegria
para me fazer aquietar o espírito.
E que o teu silênciome fale cada vez mais.
Porque metade de mimé abrigo,
mas a outra metade é cansaço.
Que a arte nos aponte uma resposta,
mesmo que ela não saiba.
E que ninguém a tente complicar
porque é preciso simplicidade
para fazê-la florescer.
Porque metade de mim é platéia
e a outra metade é canção.
E que a minha loucura seja perdoada.
Porque metade de mim é amor,
e a outra metade...
também...
(Ferreira Gullar)
a morte não existe...
"Um herói nasce quando inimigo vacila. Quando ele comete o maior dos erros: achar que pode acabar com tudo. Mas é nessa hora que ele acaba de fazer tudo começar"
(do filme "BESOURO")
quinta-feira, 2 de setembro de 2010
Quando setembro chegar...
Quando setembro chegar o inverno terá acabado e o amanhecer virá me acordar, apressado.
Não mais haverá folhas secas caídas ao chão, pois as cores, antes tímidas, voltarão em puro êxtase, bailando num festival deliciosamente provocante.
Quando setembro chegar o sol estará pleno, iluminando os mares do meu mundo.
Uma brisa suave teimará em bater de leve em meu rosto, desajeitando meus cabelos úmidos e pesados. Um aroma antigo se fará presente, trazendo consigo a quietude do meu ser.
Quando setembro chegar serei embalada por uma música e por alguns instantes deixarei de respirar. Em órbita, minha razão terá sido arrancada de mim por algo que não pretendo explicar.
Teremos tempestade. Ventania.
Um doce fechar de olhos.
Um meio sorriso preso nos lábios.
Quando setembro chegar correrei ao encontro dos sentidos. Ao abrir uma janela descobriria um novo cheiro, ao escancarar uma porta um novo gosto. Na intimidade de um toque, desvendaria um olhar.
Uma onda de felicidade atingirá todo meu corpo. Alegria em forma de espuma nos pés, contentamento em forma de grãos de areia nas mãos. Não haverá nuvens no meu céu.
Quando setembro chegar eu serei todas as estações do ano…
.
(Ludmila Guarçoni)