adoro fotografar janelas... mas aqui tem fotos da Pri e da Raquel tbm...
terça-feira, 31 de março de 2009
segunda-feira, 30 de março de 2009
TAO
O Tao é a espontaneidade natural.
O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.
O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo que dá às coisas a sua perfeição.
O Tao não transcende o mundo; o Tao é a totalidade da espontaneidade ou «naturalidade» de todas as coisas. Cada coisa é simplesmente o que é e faz. Por isso, o Tao não faz nada; não precisa de o fazer para que tudo o que deve ser feito seja feito. Mas, ao mesmo tempo, tudo que cada coisa é e faz espontaneamente é o Tao. Por isso, o Tao «faz tudo ao fazer nada».
O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas que causam a dor e o sofrimento.
"Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido.
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.
E cada vez menos é feito até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo. "
Tao Te Ching 道德經 (Cap.48) - O Livro do Caminho e da sua Virtude
O conceito de Tao é algo que só pode ser apreendido por intuição. É algo muito simples, mas não pode ser explicado. É o que existe e o que inexiste. Só que nós temos demasiados conceitos dentro da cabeça para o entender como um todo uno.
O Tao é o Caminho da espontaneidade natural. É o que produz todas as coisas que existem. O Te 德 (a Virtude) é o modo de caminhar espontâneo que dá às coisas a sua perfeição.
O Tao não transcende o mundo; o Tao é a totalidade da espontaneidade ou «naturalidade» de todas as coisas. Cada coisa é simplesmente o que é e faz. Por isso, o Tao não faz nada; não precisa de o fazer para que tudo o que deve ser feito seja feito. Mas, ao mesmo tempo, tudo que cada coisa é e faz espontaneamente é o Tao. Por isso, o Tao «faz tudo ao fazer nada».
O Tao produz as coisas e é o Te que as sustenta. As coisas surgem espontaneamente e agem espontaneamente. Cada coisa tem o seu modo espontâneo e natural de ser. E todas as coisas são felizes desde que evoluam de acordo com a sua natureza. São as modificações nas suas naturezas que causam a dor e o sofrimento.
"Na busca do conhecimento, todos os dias algo é adquirido.
Na busca do Tao, todos os dias algo é deixado para trás.
E cada vez menos é feito até se atingir a perfeita não-ação.
Quando nada é feito, nada fica por fazer.
Domina-se o mundo deixando as coisas seguirem o seu curso.
E não interferindo. "
Tao Te Ching 道德經 (Cap.48) - O Livro do Caminho e da sua Virtude
domingo, 29 de março de 2009
sexta-feira, 27 de março de 2009
(I'm)agem
No espelho não sou eu,
ela é quem aparece.
Eu sou a que olha,
ela, quem você conhece.
Ela canta, eu desafino
Ela ri, eu desanimo
Eu choro, ela esquece
Eu sonho, ela adormece
Eu me arrumo, ela envaidece
Eu fumo, ela enlouquece
Ela se encanta, eu não acho graça
Se eu abro mão, ela quer de pirraça
Enquanto eu penso, ela já fez
Decido, e perdi a vez
Ela se acha, eu nem procuro...
Ela é quem fala,
Eu escrevo, no escuro.
ela é quem aparece.
Eu sou a que olha,
ela, quem você conhece.
Ela canta, eu desafino
Ela ri, eu desanimo
Eu choro, ela esquece
Eu sonho, ela adormece
Eu me arrumo, ela envaidece
Eu fumo, ela enlouquece
Ela se encanta, eu não acho graça
Se eu abro mão, ela quer de pirraça
Enquanto eu penso, ela já fez
Decido, e perdi a vez
Ela se acha, eu nem procuro...
Ela é quem fala,
Eu escrevo, no escuro.
(essa veio no banho... foi só regar que as palavras brotaram!)
Como é que era?
não sei esperar...
a espera me faz mudar!
mudo de roupa, de cabelo, de humor
mudo a cor das unhas, mudo de cheiro, de sabor
mudo de casa, mudo de estilo, mudo de olhar
e quando enfim a espera termina
já não sou mais eu a esperar...
mudou o sentir, mudou o pensar
já mudou tanta coisa em mim, que nem consigo lembrar!
a espera me faz mudar!
mudo de roupa, de cabelo, de humor
mudo a cor das unhas, mudo de cheiro, de sabor
mudo de casa, mudo de estilo, mudo de olhar
e quando enfim a espera termina
já não sou mais eu a esperar...
mudou o sentir, mudou o pensar
já mudou tanta coisa em mim, que nem consigo lembrar!
Paisagem
Sentido dos sentidos,
Paisagens surgem de uma única paisagem.
Sonhos ecoam num só espaço;
Acordam realidades: complexas, ambivalentes ambíguas.
Realidades que desvelam não só as inúmeras faces da paisagem,
mas a busca do "olho" por um significado, por uma leitura, por um lugar onde a atenção desprendida traduza ordem, sentido, valor identidade.
Paisagens são perspectivas!
São espelhos que refletem nossos sentimentos e pensam,
anseios e medos.
Nossa individualidade do entorno.
Armazenadas na memória e na alma...
Antes de serem efêmeras, paisagens são duradouras...
Antes de comporem apenas quadros e cartões postais, são "substâncias" que integram e animam nossa vidas.
(Berone, 1998)
- E aqui, "eu faço parte da paisagem...."
"Soneto do maior amor"
Maior amor nem mais estranho esxiste
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
(Vinícius de Moraes, Oxford, 1938)
Que o meu, que não sossega a coisa amada
E quando a sente alegre fica triste
E se a vê descontente, dá risada.
E que só fica em paz se lhe resiste
O amado coração, e que se agrada
mais da eterna aventura em que persiste
Que de uma vida mal-aventurada.
Louco amor meu, que quando toca, fere
E quando fere vibra, mas prefere
ferir a fenecer - e vive a esmo
Fiel à sua lei de cada instante
Desassombrado, doido, delirante
Numa paixão de tudo e de si mesmo.
(Vinícius de Moraes, Oxford, 1938)
Ensaio sobre a Vontade (a minha)
Poderia escrever algo à respeito da Vontade. Gostaria de fazê-lo, não tivesse em mente algo que já diz o que eu diria agora. Sendo assim, farei uma citação (ou duas...):
Não Quero Mais que o Dado
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado, E o que falta não quero.
O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.
(Ricardo Reis, in "Odes")
... Aqueles que me conhecem hão de saber que sou uma pessoa cheia de vontades... e que "vontade dá e passa", portanto, com as minhas não é diferente. E que, como tenho muitas, e algumas divergentes entre elas mesmas, me esforço para saciá-las assim que me vêm à idéia, antes que por si próprias deixem de ser... É um processo muito rápido, admito. E quase sempre é tarde demais.
E me ocorre mais uma citação! Uma citação de outra citação!
"Em comparação com o comum dos homens, poucas coisas me atingem, ou, dizendo melhor, me prendem; pois é razoável que elas atinjam, contanto que não nos possuam. (...) Desposo - e consequentemente me apaixono por - poucas coisas. A minha visão é clara, mas detenho-a em poucos objetos; a sensibilidade, delicada e maleável. Mas a apreensão e aplicação, tenho-a dura e surda: dificilmente me envolvo. Tanto quanto posso, emprego-me todo em mim; (...) Devemos moderar-nos entre o ódio e o amor à voluptuosidade; e Platão receita um caminho mediano de vida entre ambos. (...) Mas às paixões que me distraem de mim e me prendem alhures, a essas certamente me oponho com todas as minhas forças. A minha opinião é que devemos emprestar-nos a outrém e só nos darmos a nós mesmos. Se a minha vontade se mostrasse fácil de se hipotecar e se empenhar, eu não sobreviveria a ela: sou frágil demais, tanto por natureza como por hábito, Avesso às ocupações e nascido para a segurança do ócio (Ovídio). " As discussões combativas e encarniçadas que no final dessem vitória ao meu adversário, o desenlace que tornasse vergonhoso o meu ardente assédio talvez me corroessem muito cruelmente. (...) Se por vezes me impeliram ao manejo de assuntos alheios, prometi tomá-los nas mãos, não no pulmão nem no fígado; encarregar-me deles, não incorporá-los; interessar-me por eles, sim, apaixonar-me, de forma alguma.
(Michel de Montaigne, in 'Ensaios' )
Não Quero Mais que o Dado
Do que quero renego, se o querê-lo
Me pesa na vontade. Nada que haja
Vale que lhe concedamos
Uma atenção que doa.
Meu balde exponho à chuva, por ter água.
Minha vontade, assim, ao mundo exponho,
Recebo o que me é dado, E o que falta não quero.
O que me é dado quero
Depois de dado, grato.
Nem quero mais que o dado
Ou que o tido desejo.
(Ricardo Reis, in "Odes")
... Aqueles que me conhecem hão de saber que sou uma pessoa cheia de vontades... e que "vontade dá e passa", portanto, com as minhas não é diferente. E que, como tenho muitas, e algumas divergentes entre elas mesmas, me esforço para saciá-las assim que me vêm à idéia, antes que por si próprias deixem de ser... É um processo muito rápido, admito. E quase sempre é tarde demais.
E me ocorre mais uma citação! Uma citação de outra citação!
"Em comparação com o comum dos homens, poucas coisas me atingem, ou, dizendo melhor, me prendem; pois é razoável que elas atinjam, contanto que não nos possuam. (...) Desposo - e consequentemente me apaixono por - poucas coisas. A minha visão é clara, mas detenho-a em poucos objetos; a sensibilidade, delicada e maleável. Mas a apreensão e aplicação, tenho-a dura e surda: dificilmente me envolvo. Tanto quanto posso, emprego-me todo em mim; (...) Devemos moderar-nos entre o ódio e o amor à voluptuosidade; e Platão receita um caminho mediano de vida entre ambos. (...) Mas às paixões que me distraem de mim e me prendem alhures, a essas certamente me oponho com todas as minhas forças. A minha opinião é que devemos emprestar-nos a outrém e só nos darmos a nós mesmos. Se a minha vontade se mostrasse fácil de se hipotecar e se empenhar, eu não sobreviveria a ela: sou frágil demais, tanto por natureza como por hábito, Avesso às ocupações e nascido para a segurança do ócio (Ovídio). " As discussões combativas e encarniçadas que no final dessem vitória ao meu adversário, o desenlace que tornasse vergonhoso o meu ardente assédio talvez me corroessem muito cruelmente. (...) Se por vezes me impeliram ao manejo de assuntos alheios, prometi tomá-los nas mãos, não no pulmão nem no fígado; encarregar-me deles, não incorporá-los; interessar-me por eles, sim, apaixonar-me, de forma alguma.
(Michel de Montaigne, in 'Ensaios' )
Deusas Erínias
Nós agarramos
Arrebatamos você
Achatamos você
Somos aquele lugar selvagem e caótico
Aquela aresta pontiaguda
O ponto que ativa os seus medos
O ponto onde não há retorno
O ponto onde tudo pode acontecer
Sempre pedimos a sua morte
Ou a capitulação total
Você não pode passar além de nós
Passar ao largo
Ou sobre nós
Você tem de nos enfrentar e atravessar
Somos o rolo compressor cósmico
O lugar da maior oportunidade
Nós somos a crise.
(Deusas Erínias)
quarta-feira, 25 de março de 2009
termômetro
sinto frio.
um frio que não quer passar
e hoje está calor!
mas não é esse calor que falta...
eu quero o quente,
sem cobertor
quero sempre
quero agora
quero pra sempre
mas ainda espero
e sinto frio
mesmo perto do quente
às vezes o quente me dá arrepio
(melhor arrepio do que frio !)
às vezes o quente me faz tremer
de frio
e pouquíssimas vezes consigo sentir calor
e é mais quando faz frio.
um frio que não quer passar
e hoje está calor!
mas não é esse calor que falta...
eu quero o quente,
sem cobertor
quero sempre
quero agora
quero pra sempre
mas ainda espero
e sinto frio
mesmo perto do quente
às vezes o quente me dá arrepio
(melhor arrepio do que frio !)
às vezes o quente me faz tremer
de frio
e pouquíssimas vezes consigo sentir calor
e é mais quando faz frio.
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